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Adequação Climática

Resultados

  Os principais resultados obtidos são:

 

4.1. Aplicação do programa ANALYSIS (1994):

Constitui-se de  dados referentes ao clima de Florianópolis com a definição das estratégias bioclimáticas.  Com a utilização desta ferramenta computacional, chegamos as seguintes  definições:

 
4.1.1. Da variação na distribuição de porcentagens, ao longo do ano, em que o clima de Florianópolis se apresenta confortável e desconfortável:  

 


Fig. 19: Conforto x Desconforto

 

Os dados obtidos pelo programa Analysis, demonstraram conforme o exemplo citado na metodologia, através do ano climático adotado (ACR), que Florianópolis apresenta no geral (8760 horas), um desconforto térmico em 79,2% das horas analisadas, muito maior que o conforto com 20,8% das horas (ver Fig. 12).

Os meses que se apresentam com maiores índices de conforto são pela ordem decrescente: Maio, com 29,8% de conforto e juntos, com 28,6% de conforto, estão os meses de Abril e Dezembro.

 
4.1.2. Da variação na distribuição das horas, ao longo do ano, de desconforto tanto provocadas pelo frio quanto pelo calor:

Fig. 20: Desconforto (frio x calor)

Em Florianópolis, experimenta-se tanto desconforto pelo frio como pelo calor;  dos 79,2% de desconforto, 40,7% é provocado pelo frio e 38,2% pelo calor (ver Fig. 13).  Isto reforça ainda mais a dificuldade de se projetar em um clima dessa natureza.  O caráter temperado de seu clima, confere a ilha de Santa Catarina, uma oscilação térmica amena entre um verão quente e um inverno frio (GOULART et al, 1994).

Os meses que apresentam os maiores índices de desconforto pelo calor são na ordem: Janeiro, com 88,4%; Fevereiro, com 86,6% e Março, com 81,3%.  Enquanto os maiores índices de desconforto pelo frio são: Agosto, com 76,9%; Julho, com 74,4% e Junho com 71,5% (ver Fig. 13).

 
4.1.3. Da definição das estratégias bioclimáticas recomendáveis ao clima de Florianópolis:  

Fig. 21: Distribuição da recomendação das estratégias bioclimáticas ao longo do ano

 

A análise desenvolvida através do programa Analysis (1994) permitiu a identificação das estratégias bioclimáticas mais eficientes para Florianópolis (ver Fig. 14).

De acordo com o ano climático adotado para Florianópolis, a estratégia de Aquecimento Artificial (ver Fig.14) se torna necessária apenas para os meses de inverno (de maio até agosto), sendo no mês de junho sua maior importância (8,6%).

Já o Aquecimento Solar Passivo (ver Fig. 14) é a estratégia recomendada do mês de abril até Novembro.  Também é no mês de Junho que alcança seu maior índice (62,8%).

A estratégia de Umidificação não é aconselhável para o clima de Florianópolis, em virtude de ela agravar, ainda mais, o elevado nível de umidade relativa.

Outra estratégia indicada para o combate do desconforto pelo frio é a Massa Térmica para Aquecimento, que aparece aliada ao Aquecimento Solar Passivo (ver Fig. 14).  Sua utilização é significativa no clima de Florianópolis, principalmente nos meses de Julho (61,5%), Agosto (61,6%) e Setembro (61,9%).

Assim como a Massa Térmica/ Aquecimento Solar Passivo tem presença garantida no combate ao frio, a Ventilação, associada ao sombreamento, é a estratégia principal para o combate ao calor.  A Ventilação (ver Fig. 14) se torna necessária em todos os meses do ano, inclusive no inverno, onde ameniza os altos índices de umidade.  Suas maiores porcentagens aparecem nos meses do verão: Fevereiro (80,8%), Janeiro (76,1%) e Março (74,3%), respectivamente.

A estratégia de Resfriamento Evaporativo (ver Fig. 14) é indicada apenas para o mês de Março com a porcentagem insignificante de 0,1%.  Assim como a Umidificação, o Resfriamento Evaporativo aumenta a umidade, sendo assim, não é aconselhável para o clima de Florianópolis.

Quando não se consegue atender ao conforto por nenhuma estratégia de resfriamento natural ou pela própria presença de ventos, se faz uso do Ar Condicionado (ver Fig.14); o que pode acontecer nos meses de Novembro, Dezembro, Janeiro, Fevereiro e Março.  Os três primeiros meses do ano são os que necessitam mais deste recurso: Janeiro (11,2%), Fevereiro (4,7%) e Março (3,8%).

A estratégia de Ventilação conjugada com Massa Térmica (ver Fig. 14) é aconselhável para os meses de Março, Abril e Dezembro, assim mesmo, com índice desprezível de 0,1%.  Pesquisas recentes (ANDRADE, 1996), têm detectado que esta última estratégia pode ser bem mais eficaz do que o método estima.

Nos meses de Novembro, Dezembro, Janeiro, Fevereiro, Março, Abril, Maio e Junho, a estratégia de Ventilação/ Massa Térmica/ Resfriamento Evaporativo (ver Figura 14) é indicada, mas com índices pouco expressivos;  Dezembro apresenta o maior índice (3,4%).

As estratégias de Resfriamento Evaporativo e Massa Térmica para Resfriamento não aparecem como recomendadas para o clima de Florianópolis.  Cabe salientar que do mesmo modo que a Massa Térmica, o Resfriamento Evaporativo tem sido usado, na prática, com relativa eficiência.  Ex.: Hospital Rede Sara Kubitschek, Salvador/BA.

 

4.2 Realização das medições e monitorações no Conjunto Bela Vista:

Como principais resultados encontrados neste período da pesquisa estão os dados climáticos provenientes das monitorações.  Foram monitoradas oito unidades habitacionais, quatro casas (Conjunto Habitacional Bela Vista I e II) e quatro apartamentos (Conjunto Habitacional Bela Vista IV), em dois períodos distintos.  A monitoração de verão ocorreu entre os dias 21/01a 30/01/1998 e a de inverno, ocorreu no período de 23/07/1998 a 03/08/1998.  Ao todo foram colhidas em torno de 2500 leituras simultâneas (com um intervalo de captação de 10 a 12 minutos) de 20 aparelhos levados a campo no verão e de 27 aparelhos no inverno, perfazendo um total de 57 mil dados monitorados, dos quais em torno de 41500 dados são de temperatura e 15500 dados são de umidade relativa.

Para efeito comparativo entre o comportamento de unidades habitacionais unifamiliares (casas) e multifamiliares (apartamentos), trabalhou-se com gráficos distintos para os aparelhos locados nas casas e para os aparelhos locados nos apartamentos nos dois períodos monitorados.  Considerou-se como zona de conforto o intervalo que vai de 18ºC a 27ºC de acordo com a zona adotada pelo programa Analysis (ANALYSIS, 1994). O método adotado pelo programa é o de Watson e Labs (WATSON e LABS, 1983), mas utilizando-se a carta de Givoni (GIVONI, 1992) para países em desenvolvimento, visando a obtenção das estratégias de resfriamento.

Dos 20 aparelhos utilizados no verão, dois apresentaram problemas técnicos durante a monitoração, não sendo aproveitados os seus dados.  Já, no inverno, três dos 27 aparelhos levados a campo, apressentaram problemas .  As Tab. 2 e 3 mostram todas as unidades monitoradas com a citação da localização (ponto) do aparelho nos cômodos das unidades habitacionais.

 

Prop.

Bl/n°

 

Apar.

Local

 

Apar.

Local

 

Apar.

Local

 

Apar.

Local

Dalila

I 202

 

P2

Sala

 

H0

Quarto casal

 

B2

Quarto

 

 

 

Soni

C 304

 

A3

Sala

 

H2

Quarto sul

 

B4

Quartp

 

B6

Quarto sul

Célia

B 04

 

H1

Sala

 

H4

Quarto sul

 

B3

Quarto

 

B7

Quarto sul

Ronei

G 03

 

A1

Sala

 

H5

Quarto sul

 

H1

Sala

 

 

 

Tab. 2: Aparelhos nos apartamentos


 

Prop.

Conj.

 

Apar.

Local

 

Apar.

Local

 

Apar.

Local

 

Apar.

Local

Elza

BV II

 

H7

Sala

 

H8

Quarto casal

 

O3

Sala

 

 

 

Luís

BV I

 

P1

Sala

 

H6

Quarto casal

 

B1

Quarto

 

 

 

Maria

BV II

 

O2

Sala

 

A4

Quarto superior

 

H9

Quarto casal

 

B5

Sala

Aci

BV III

 

A5

Sala

 

H3

Quarto filhos

 

O4

Sala

 

 

 

Tab. 3: Aparelhos nas casa

 

A Tabela 2 apresenta os aparelhos com suas denominações, a variável medida, o proprietário da unidade onde o aparelho esteve locado, a tipologia da unidade e o período monitorado.

 

            Aparelho

Ponto

Variável

Proprietário

Unidade

Período

 

PMV Datalogger 403

P1

T*, UR*

Luiz

Casa

V*, I*

 

PMV Datalogger 404

P2

T, UR

Dalila

Apartamento

V, I

 

ACR 1

A1

T

Ronei

Apartamento

V, I

 

ACR 3

A3

T

Soni

Apartamento

V, I

 

ACR 4

A4

T

Maria

Casa

V, I

 

ACR 5

A5

T

Aci

Casa

V, I

 

Hobo 630

H0

T

Dalila

Apartamento

V, I

 

Hobo 631

H1

T

Célia

Apartamento

V, I

 

Hobo 632

H2

T

Soni

Apartamento

V, I

 

Hobo 633

H3

T

Aci

Casa

V, I

 

Hobo 634

H4

T

Célia

Apartamento

V, I

 

Hobo 635

H5

T

Ronei

Apartamento

V, I

 

Hobo 636

H6

T

Luiz

Casa

V, I

 

Hobo 637

H7

T

Elza

Casa

V, I

 

Hobo 638

H8

T

Elza

Casa

V, I

 

Hobo 639

H9

T

Maria

Casa

V, I

 

Hobo 641

O1

UR

Ronei

Apartamento

V, I

 

Hobo 642

O2

T

Maria

Casa

V, I

 

Hobo 643

O3

UR

Elza

Casa

V, I

 

Hobo 644

O4

UR

Aci

Casa

V, I

 

Hobo 01

B1

T

Luís

Casa

I

 

Hobo 10

B2

T

Dalila

Apartamento

I

 

Hobo 20

B3

T

Célia

Apartamento

I

 

Hobo 21

B4

T

Soni

Apartamento

I

 

Hobo 58

B5

UR

Maria

Casa

I

 

Hobo 59

B6

UR

Soni

Apartamento

I

 

Hobo 60

B7

UR

Célia

Apartamento

I

 

 

T* = Temperatura do ar

UR* = Umidade relativa do ar

V* = Verão

I* = Inverno

                   

Tab. 4: Organização dos aparelhos nas monitorações

 

O desenho com o lay-out de cada unidade monitorada, executado através do levantamento dos dados das medições, estão apresentados como próximos resultados. A locação dos aparelhos em cada unidade habitacional monitorada com os respectivos pontos em que ocorreram as monitorações estão expostas nas Fig. 15, Fig. 16, Fig. 17 e Fig. 18 para as casas e nas Fig. 19, Fig. 20, Fig. 21 e Fig. 22 para os apartamentos.  

Fig. 22: Planta-baixa da casa  (Elza)

 


Fig. 23: Planta-baixa da casa (Luiz)


Fig. 24: Planta-baixa da casa (Maria)



 

Fig. 25: Planta-baixa da casa (Aci)



Fig. 26: Planta-baixa do apartamento (Dalila)

 

 
 

Fig. 27: Planta-baixa do apartamento (Célia)


 

Fig. 28: Planta-baixa do apartamento (Ronei)

 

 

Fig. 29: Planta-baixa do apartamento (Soni)


4.2.1 Monitorações de verão

Como resultado dos dados coletados nas monitorações de verão, serão apresentados abaixo alguns gráficos e discussões a respeito dos mesmos.


Gráfico dos dados de todas as unidades monitoradas (Gráf. 1):

Gráf. 1: Dados de temperatura de todas as unidades monitoradas

 

- A tipologia das casas analisadas se caracteriza por unidades isoladas no lote, o que favorece a exposição das quatro fachadas e da cobertura às intempéries de modo similar para todas as unidades. Isso parece explicar o seu desempenho semelhante em relação à  variação da temperatura interna; 

- Nos apartamentos a tipologia adotada caracteriza-se por quatro unidades por pavimento com plantas-baixas rebatidas duas a duas, sendo que cada unidade possui duas fachadas expostas às intempéries.  O desempenho diferenciado das temperaturas internas parece decorrer da diferença de orientação das fachadas externas, do nível de sombreamento e da diferença de cota.

 

 

Gráfico de temperaturas – Casas (Gráf. 2):

- Os oito aparelhos apresentaram pequena variação entre si em cada momento da monitoração, principalmente nos trechos ascendentes das curvas;

- Através da observação do gráfico de temperatura das casas, foram escolhidos, comparativamente, os aparelhos representativos das temperaturas maiores (02 – Maria), médias (H6 – Luiz) e menores (H7 – Elza).  Verificou-se que, ao longo de todo o período de monitoração, a variação entre os valores de temperaturas destes aparelhos se mostrou muito pequena não ultrapassando 2ºC (Gráf. 3);



Gráf. 2: Dados de temperatura coletados nas casas

 


Gráf. 3: Dados de temperatura maior/média/menor das casas


- Os picos máximos das temperaturas internas se aproximam dos picos da temperatura externa em momentos praticamente coincidentes, sendo que, em alguns casos, ultrapassam a temperatura externa;

- Os picos mínimos também acontecem em momentos praticamente coincidentes, porém há um distanciamento acentuado entre a temperatura externa e as temperaturas internas, sendo que a temperatura externa possui valores mais baixos em todos os momentos;

- Nos momentos em que a temperatura externa decresceu mais, se deram os maiores distanciamentos entre os picos mínimos de temperatura externa e interna.  Supõe-se que este fato se deve à falta de ventilação interna durante o período noturno (janelas fechadas por motivo de segurança e privacidade);

- H7 da Elza (sala), de modo geral, apresentou os picos mínimos de temperatura interna mais baixos.  Quanto aos picos máximos apresenta-se entre os mais elevados.  

 

ü Gráfico de temperaturas – Apartamentos (Gráf. 4):

 
- Comparativamente com o gráfico de temperatura das casas, verificou-se que, em cada momento da monitoração, há uma diferença mais acentuada entre as temperaturas dos aparelhos dos apartamentos. Essa diferença, no entanto, não apresentou um comportamento uniforme ao longo do período de monitoração;

 

Gráf. 4: Dados de temperatura coletados nos apartamentos



- Através da observação do gráfico de temperatura dos apartamentos, foram escolhidos, comparativamente, os aparelhos representativos das temperaturas maiores (P2 - Dalila) e menores (H4 – Célia).  Verificou-se que ao longo de todo o período de monitoração a variação entre os aparelhos representativos atingiu no máximo cerca de 4ºC.  Nos apartamentos, não foi escolhido nenhum aparelho representativo das temperaturas médias pelo fato de nenhuma curva possuir, ao longo de todo o gráfico, um comportamento médio (Gráf. 5);

 

Gráf. 5: Dados de temperatura maior/menor dos apartamentos

 

- O fato do aparelho P2 - Dalila ter apresentado os maiores valores de temperatura está associado a ele ter ficado, durante a maior parte do período de monitoração, em um ambiente fechado e sem ventilação;

- O aparelho A1 – Ronei, apresentou valores excessivos em suas primeiras leituras por motivos desconhecidos.  Já o aparelho H4 - Célia apresentou valores constantes entre os dias 25 e 26, devido a problemas não identificados;

- Os picos máximos das temperaturas internas se deram em momentos praticamente coincidentes com os picos da temperatura externa, sendo que os aparelhos com valores mais elevados se aproximam dos valores de temperatura externa nos picos máximos;

- Os picos mínimos também acontecem em momentos praticamente coincidentes, porém há um distanciamento acentuado entre a temperatura externa e as temperaturas internas, sendo que a temperatura externa possui valores mais baixos em todos os momentos;

- Nos momentos em que a temperatura externa decresceu mais, se deu maior distanciamento entre os picos mínimos de temperatura externa e interna.  Supõe-se que este fato se deve à precariedade de ventilação interna durante o período noturno;

- No momento em que a temperatura externa atingiu o seu menor pico máximo, todas as temperaturas internas apresentaram picos superiores à temperatura externa. Este fato se deu no dia seguinte ao maior pico máximo da temperatura externa.  

 

ü Gráfico de temperaturas - Apartamentos Térreos (Gráf. 6):

- As temperaturas dos diferentes aparelhos variam de modo praticamente uniforme com uma diferença que chega aproximadamente a 4ºC nos trechos descendentes das curvas.  Os dois aparelhos orientados a SE (H4 - Célia e H5 - Ronei) apresentaram os menores valores de temperaturas, geralmente com uma diferença não superior a 1ºC.  O aparelho H4 - Célia se manteve praticamente em todo o período com valores de temperatura abaixo do aparelho H5 – Ronei;
- Os aparelhos orientados a NE (H1 - Célia) e a SO (A1 - Ronei) apresentaram os maiores valores de temperatura, geralmente com uma diferença não superior a 0,5ºC.  As curvas de temperatura desses dois aparelhos cruzaram-se em vários momentos do período analisado.

 

Gráf. 6: Dados de temperatura dos apartamentos térreos


ü Gráfico de temperaturas - Apartamento Cobertura (Gráf: 7):

- As curvas de temperatura dos dois aparelhos cruzam-se em vários pontos sendo que predomina, na maior parte da monitoração, uma diferença não superior a 1ºC,  apesar destes aparelhos estarem voltados para orientações distintas: SE (H2 – Soni) e  NE (A3 – Soni). Estes fatos parecem demonstrar que a cobertura exerce maior influência sobre a temperatura interna do que a orientação nos apartamentos de cobertura;
- Estas curvas de temperatura estiveram entre as de valores mais elevados praticamente em todo o período analisado, apresentando em quase todo o período da monitoração temperaturas superiores a 28ºC.  

Gráf. 7: Dados de temperatura dos apartamentos de cobertura

 

ü Gráfico de temperaturas – Orientação NE (Gráf. 8):

- As curvas de temperatura dos dois aparelhos se cruzam em vários pontos, sendo que predomina, na maior parte da monitoração, uma diferença não superior a 1ºC;

- O comportamento das curvas foi inesperado tendo em vista que um aparelho estava em apartamento térreo (H1 – Célia) e o outro em apartamento de cobertura (A3 – Soni).  O apartamento térreo estava sujeito ao sombreamento provocado pelos blocos vizinhos (A e E) situados praticamente no mesmo nível que o bloco analisado (B).  O afastamento entre os blocos A e B é de nove metros.  O apartamento de cobertura não estava sujeito ao sombreamento dos blocos vizinhos (F e B) pelo fato de que estes estavam em um nível inferior ao do bloco em questão (C) e o afastamento entre os blocos B e C era de quinze metros.  Nestas condições era esperado que o aparelho de cobertura sempre apresentasse maiores valores de temperatura que o apartamento térreo.  Uma hipótese para explicar o comportamento observado é que o apartamento de cobertura estava mais exposto à ventilação, o que amenizava os valores de temperatura;
- Estas curvas de temperatura estiveram entre as de valores mais elevados praticamente em todo o período analisado, não apresentando valores inferiores a 28ºC.  

 

Gráf. 8: Dados de temperatura na orientação nordeste

 

ü Gráfico de temperaturas – Orientação SO (Gráf. 9):

- As curvas de temperatura dos dois aparelhos (H0 – Dalila e A1 – Ronei) se cruzam em vários pontos, sendo que predomina na maior parte da monitoração uma diferença não superior a 1ºC.  Já a curva de temperatura do aparelho P2 – Dalila apresenta valores sempre superiores aos demais, sendo que a diferença ultrapassa 1ºC;

- A diferença de nível (térreo e segundo andar) parece ter causado pouca influência na variação da temperatura interna destes aparelhos.  O comportamento observado parece ter sido mais influenciado pelas condições semelhantes do entorno, ou seja, ambos os apartamentos não estavam sujeitos ao sombreamento;
- Estas curvas de temperatura estiveram entre as de valores mais elevados praticamente em todo o período analisado, não apresentando valores inferiores a 28ºC.  

 

Gráf. 9: Dados de temperatura na orientação sudoeste

 

ü Gráfico de temperaturas – Orientação SE (Gráf. 10):

- Os dois aparelhos situados no pavimento térreo (H4 - Célia e H5 - Ronei) apresentaram os menores valores de temperaturas, geralmente com uma diferença não superior a 1ºC.  O aparelho H4 - Célia se manteve praticamente em todo o período com valores de temperatura abaixo do aparelho H5 - Ronei.  Apenas estes dois aparelhos registraram temperaturas inferiores a 28ºC.

- As curvas dos maiores valores de temperatura (H0 – Dalila e H2 – Soni) se cruzam em vários pontos, sendo que predomina, na maior parte da monitoração, uma diferença não superior a 1ºC. O fato destes dois aparelhos apresentarem as temperaturas mais elevadas parece ser explicado pela localização de um deles em apartamento de cobertura (H2 – Soni) e do outro (H0 – Dalila) em um ambiente com janelas fechadas, sem renovação de ar.



Gráf. 10: Dados de temperatura na orientação sudeste

 


ü Gráfico das amplitudes térmicas:

- Do dia 23 ao 28 a amplitude da temperatura externa variou entre 6,4ºC a 9,0ºC.  Já no dia 29 foi de 3ºC (Gráf. 11);

- As amplitudes registradas pelos aparelhos locados nas casas oscilaram, na maior parte do período de monitoração, na faixa de  2ºC a 4ºC, sendo que em alguns momentos chegaram a ultrapassar 5ºC C (Gráf. 11);

- As amplitudes registradas pelos aparelhos locados nos apartamentos oscilaram, na maior parte do período de monitoração, na faixa de  1ºC a 3ºC, sendo que em nenhum momento ultrapassaram  4ºC (Gráf. 12);

- A diferença de amplitudes entre as casas e os apartamentos parece ser decorrente das características de cada tipologia. A tipologia das casas analisadas se caracteriza por unidades isoladas no lote, de modo que as trocas de calor com o meio externo se dão através das quatro fachadas e da cobertura. Nos apartamentos, as trocas de calor se dão apenas por meio de duas fachadas, exceto nos apartamentos de cobertura, que possuem uma terceira superfície exposta;

- As amplitudes registradas pelos aparelhos locados nas casas apresentaram um comportamento semelhante entre si, exceto o aparelho H7 – Elza, que geralmente apresentou valores superiores aos demais aparelhos;



Gráf. 11: Amplitude térmica das casas  

 

 

Gráf. 12: Amplitude térmica dos apartamentos


- Observou-se que as amplitudes registradas nas casas oscilaram de modo proporcional à oscilação da amplitude da temperatura externa, no mesmo dia. A baixa massa térmica da envoltória das casas deve ter contribuído para a ocorrência deste fato;

- As amplitudes registradas pelos aparelhos locados nos apartamentos apresentaram um comportamento variado entre si, e sem correspondência direta com as oscilações da amplitude da temperatura externa. Não houve nenhum aparelho que permaneceu durante todo o período de monitoração com as amplitudes mais altas ou mais baixas que os demais aparelhos.  

 

ü Gráficos que relacionam temperatura e horas de desconforto

 
- A temperatura externa apresentou o menor número de horas de desconforto (acima de 27ºC), atingindo 100 horas (Gráf. 13), e, em relação à multiplicação das horas de desconforto pela quantidade de graus Celsius superior a 27ºC, ela obteve o segundo melhor resultado  com 299,40 ºC x horas (Gráf. 14);

 

Gráf. 13: Número de horas de desconforto

 

- Os apartamentos apresentaram maior número de horas de desconforto que as casas. Dos oito aparelhos locados nos apartamentos, apenas dois apresentaram valores inferiores a 27ºC ao longo do período de monitoração de 191 horas (H4 – Célia = 150 horas; H5 – Ronei = 190 horas). Esses dois aparelhos estavam locados em apartamentos térreos.

- Dos oito aparelhos locados nas casas, sete apresentaram valores inferiores a 27ºC, oscilando entre 159 horas (H7 – Elza) e 186 horas (A5 – Aci). O único que apresentou 100% de horas de desconforto foi o aparelho H9 – Maria.



Gráf. 14: Graus (ºC) x horas de desconforto  


Gráf. 15: Média do desconforto = (ºC x horas de desconforto)/horas de desconforto)


- Multiplicando-se as horas de desconforto e a quantidade de graus Celsius superior a 27, verificou-se que seis aparelhos locados nos apartamentos obtiveram os maiores resultados, oscilando entre 470,30 (H2 – Soni) e 712,23 ºC x horas (P2 – Dalila). Apenas um aparelho locado em apartamento obteve resultado inferior aos das casas (H4 – Célia = 199,63 ºC x horas).  Os resultados obtidos  nas  casas  oscilaram  entre 310,52 ºC x horas (H6 – Luiz) e 453,58 ºC x horas (A5 – Aci).

- A intensidade de desconforto foi medida através da média ºC x horas de desconforto dividido pelas horas de desconforto. Os mesmos seis aparelhos locados em apartamentos, acima mencionados, apresentaram intensidades superiores às das casas, oscilando entre 2,46ºC (H2 – Soni) e 3,73ºC (P2 – Dalila) [Gráf. 15]. Os resultados obtidos  nas  casas  oscilaram  entre 1,77 ºC (H6 – Luiz) e 2,44ºC (A5 – Aci). A intensidade média de desconforto da temperatura externa foi de 2,99 ºC, em virtude da sua grande amplitude térmica.

- Em termos gerais, o melhor desempenho das casas em relação aos apartamentos parece ser devido a sua maior capacidade de liberar calor durante à noite e assim baixar a temperatura interna ao ponto de atingir o conforto.

 

4.2.2 Monitorações de inverno

Como resultado dos dados coletados nas monitorações de inverno, serão apresentados abaixo alguns gráficos e discussões a respeito dos mesmos.


ü Gráfico dos dados de todas as unidades monitoradas (Gráf. 16):

 

Gráf. 16: Dados de temperatura de todas as unidades monitoradas  

 

ü Gráfico de temperaturas – Casas (Gráf. 17):

- As curvas de temperatura interna acompanharam proporcionalmente a variação da temperatura externa em momentos praticamente coincidentes. Pode-se observar que há uma tendência de aproximação das curvas nos trechos ascendentes e de um distanciamento nos trechos descendentes.

- Os valores de temperatura interna obtidos ao longo das monitorações se concentraram na faixa que vai de 16ºC a 22ºC.

- Verificou-se que, ao longo de todo o período de monitoração, a maior diferença entre os valores de temperaturas ocorreu no dia 28/07 ultrapassando 4ºC internas (H6 – Luiz , valor mais alto; H7 – Elza, valor mais baixo).
- Os picos máximos das temperaturas internas se aproximam dos picos da temperatura externa em momentos praticamente coincidentes, sendo que, em alguns aparelhos, ultrapassam a temperatura externa. Isto se observou nos períodos em que a temperatura externa obteve seus menores picos máximos. O maior pico máximo da temperatura externa foi de 25,6ºC no dia 26/07, enquanto o de temperatura interna foi de 23,8ºC no dia 28/07 (H6 – Luiz).

 

Gráf. 17: Dados de temperatura coletados nas casas

 

- Os picos mínimos também acontecem em momentos praticamente coincidentes, porém há um distanciamento acentuado entre a temperatura externa e as temperaturas internas, sendo que a temperatura externa possui valores mais baixos em todos os momentos. A diferença entre o menor pico mínimo interno e o pico mínimo da temperatura externa é de aproximadamente 2ºC, ao longo do período de monitoração. O menor pico mínimo da temperatura externa foi de 11,4ºC no dia 30/07, enquanto o de temperatura interna foi de 14,2ºC no mesmo dia (H7 – Elza).

- O aparelho H7 (Elza), de modo geral, apresentou os picos mínimos de temperatura interna mais baixos.  Quanto aos picos máximos apresenta-se entre os mais elevados.

- Em alguns trechos superiores a 12 horas, o aparelho H9 - Maria apresentou valores constantes, devido a problemas não identificados.

 

ü Gráfico de temperaturas – Apartamentos (Gráf. 18):

- De um modo geral, as curvas de temperaturas internas tiveram oscilações bem menores que as da temperatura externa. Em vários momentos, ocorrem cruzamentos entre as curvas de temperatura interna, o que revela que não há uma tendência dos aparelhos manterem-se ao longo da monitoração entre os valores mais baixos ou mais altos. O aparelho H5 – Ronei foi uma exceção, pois apresentou-se com os menores valores de temperatura interna durante praticamente todo o período de monitoração.
- Os valores de temperatura interna obtidos ao longo das monitorações se concentraram na faixa que vai de 18ºC a 22ºC. O aparelho A3 – Soni apresentou, em alguns momentos, um comportamento bastante diferenciado, em relação aos demais aparelhos, com picos máximos bem superiores, inclusive aos da temperatura externa, provavelmente devido a algum problema não identificado. Por este motivo, os valores deste aparelho não serão considerados nas análises.  

 

Gráf. 18: Dados de temperatura coletados nos apartamentos  

 

- Verificou-se que, ao longo de todo o período de monitoração, a maior diferença entre os valores de temperaturas internas ocorreu no dia 30/07 ultrapassando 4ºC (B4 – Soni , valor mais alto; H5 – Ronei, valor mais baixo).

- As temperaturas internas não apresentam picos máximos ou mínimos bem definidos. O maior pico máximo da temperatura externa foi de 25,6ºC no dia 26/07, enquanto que a maior temperatura interna foi de 22,2ºC no dia 26/07 (B4 – Soni). O menor pico mínimo da temperatura externa foi de 11,4ºC no dia 30/07, enquanto o de temperatura interna foi de 15,7ºC no mesmo dia (H5 – Ronei).

- Em alguns trechos superiores a 12 horas, os aparelhos H0 – Dalila, H5 – Ronei,    A1 – Ronei e B2 – Dalila apresentaram valores constantes, devido a problemas não identificados.

 

ü Gráfico de temperaturas - Apartamentos Térreos (Gráf. 19):

- Os aparelhos apresentaram valores muito próximos entre si, com diferenças não superiores a 2ºC, e com temperaturas praticamente sempre superiores a 18ºC, sendo que em vários momentos as curvas se cruzam. A exceção foi o aparelho H5 – Ronei, que se manteve em todo o período com valores de temperatura abaixo dos demais aparelhos e chegou a registrar valores inferiores a 16ºC.
- No dia em que a temperatura externa foi mais baixa (11,4ºC  em 30/07), a menor temperatura interna (H5 – Ronei: 15,7ºC) alcançou 4,3ºC a mais. Neste dia, ocorreu a maior diferença entre picos mínimos de temperatura, que foi de 7,6ºC (H1 – Célia: 19,0ºC).

 

Gráf. 19: Dados de temperatura dos apartamentos térreos

 

ü Gráfico de temperaturas - Apartamento Cobertura (Gráf: 20):

- Os dois aparelhos considerados apresentaram valores muito próximos entre si, com diferenças não superiores a 1ºC, e com temperaturas praticamente sempre superiores a 18ºC, sendo que em vários momentos as curvas se cruzam.

- No dia em que a temperatura externa foi mais baixa (11,4ºC  em 30/07), a menor temperatura interna (H2 – Soni: 17,4ºC) alcançou 6,3ºC a mais. Neste dia, ocorreu a maior diferença entre picos mínimos de temperatura, que foi de 6,8ºC (B4 – Soni: 18,2ºC).

- Observou-se que o comportamento das curvas dos aparelhos locados em apartamentos de cobertura foi muito parecido com a maioria dos aparelhos locados em apartamentos térreos. Isto pode ser comprovado pela aproximação entre os valores das médias de temperaturas destes aparelhos. As médias dos 4 aparelhos locados no térreo (exceto H5 – Ronei) variaram de 19,9ºC (B3 – Célia) a 20,3ºC (H4 – Célia); enquanto que as médias dos 2 aparelhos locados na cobertura variaram de 20,1ºC (H2 – Soni) a 20,2ºC (B4 – Soni).  


Gráf. 20: Dados de temperatura dos apartamentos de cobertura

 

 


ü Gráfico de temperaturas – Orientação SE (Gráf. 21):

- As curvas de temperatura apresentaram grandes variações entre si, chegando a diferença de até 4,5ºC entre o aparelho B4 – Soni e H5 – Ronei às 15:00hs do dia 30/08.

- O aparelho H5 - Ronei manteve-se, praticamente em todo o período, com os valores mais baixos de temperatura interna. Fazendo-se a média de todos os valores de temperatura pelo número de horas monitoradas, obteve-se para este aparelho a média de 18,5ºC.

- Já, nos picos de temperatura máxima revezaram-se diferentes aparelhos (H2 – Soni, H4 – Célia, B3 – Célia e B4 – Soni) com os valores mais elevados. O aparelho que apresentou temperaturas mais altas nos picos foi o aparelho B4 – Soni.  Entretanto, o aparelho H4 - Célia (térreo) foi o que apresentou a maior média com 20,3ºC contra 20,2ºC do aparelho B4 – Soni (cobertura).

- No dia em que a temperatura externa foi mais baixa (11,4ºC em 30/07), a menor temperatura interna (H5 – Ronei: 16,3ºC) alcançou 4,9ºC a mais. Neste dia, ocorreu a maior diferença entre picos mínimos de temperatura, que foi de 8,1ºC (H4 – Célia: 19,5ºC).

 

Gráf. 21: Dados de temperatura na orientação sudeste

   

ü Gráfico de temperaturas – Orientação NE (Gráf. 22):

- As temperaturas internas apresentaram valores praticamente sempre superiores a 19ºC. As curvas de temperatura dos três aparelhos se cruzam em vários pontos, sendo que predomina, na maior parte da monitoração, uma diferença não superior a 1ºC.  Entretanto, percebe-se que o aparelho B4 - Soni (cobertura) é o que, predominantemente, apresenta os maiores valores de temperatura ao longo do período de monitoração com uma média de 20,2ºC.  Já o aparelho B3 - Célia é o que geralmente apresenta os valores maios baixos (térreo) com uma média de 19,9ºC.

- O aparelho H1 - Célia foi o que se apresentou mais constante, variando cerca de apenas 2ºC em todo o período de monitoração, enquanto que o aparelho B4 - Soni e o B3 - Célia variaram aproximadamente 4ºC.

- No dia em que a temperatura externa foi mais baixa (11,4ºC em 30/07), a menor temperatura interna (B3 – Célia: 17,8ºC) alcançou 6,4ºC a mais. Neste dia, ocorreu a maior diferença entre picos mínimos de temperatura, que foi de 7,6ºC (H1 – Célia: 19,0ºC).

- Repetindo o que aconteceu nas monitorações de verão, não ocorreram grandes diferenças de temperatura entre o apartamento térreo e o apartamento de cobertura.  

 

Gráf. 22: Dados de temperatura na orientação nordeste   

 

ü Gráfico de temperaturas – Orientação SO (Gráf. 23):

- As curvas de temperatura dos três aparelhos (H0 – Dalila, P2 - Dalila e A1 – Ronei) apresentaram uma variação praticamente homogênea durante a maior parte do período analisado, com poucos cruzamentos entre as curvas, exceto nos picos máximos.

- De uma maneira geral, a curva do aparelho A1 - Ronei é a que se apresenta com valores mais elevados (média de 20,1ºC), a curva do aparelho H0 - Dalila é a que se apresenta com valores mais baixos (média de 19,1ºC) e a curva do aparelho P2 - Dalila com valores medianos (média de 19,7ºC).  Entretanto, na maior parte dos picos máximos, o aparelho P2 – Dalila registra valores mais elevados de temperatura do que o aparelho A1 – Ronei.

- No dia em que a temperatura externa foi mais baixa (11,4ºC em 30/07), a menor temperatura interna (H0 – Dalila: 17,2ºC) alcançou 5,8ºC a mais. Neste dia, ocorreu a maior diferença entre picos mínimos de temperatura, que foi de 7,1ºC (A1 – Ronei: 18,5ºC).

 
- A maior diferença de temperatura entre os aparelhos ficou em torno de 2ºC no dia 01/08.  

Gráf. 23: Dados de temperatura na orientação sudoeste

 

ü Gráfico das amplitudes térmicas:

- Do dia 26/07 ao dia 03/08 a amplitude da temperatura externa variou entre 4,8ºC (01/08) a 10ºC (26/07).  Já nos dias anteriores a este período, a variação foi muito baixa e não ultrapassou 3ºC, chegando nos dias 23 e 25 a ser menor que a amplitude de algumas temperaturas internas.  Isto pode ser caracterizado como dias atípicos onde a amplitude térmica externa é muito baixa e menor que a amplitude interna.

 


Gráf. 24: Amplitude térmica das casas

 

- As amplitudes registradas pelos aparelhos locados nas casas (Gráf. 24) oscilaram desde 0,3ºC até 6ºC ao longo do período de monitoração, sendo que no dia 03/08 houve a maior diferença de amplitude (5,4ºC) entre o aparelho H7 – Elza e o H9 – Maria.

- As amplitudes registradas pelos aparelhos locados nos apartamentos (Gráf. 25) oscilaram, na maior parte do período de monitoração, na faixa de  0,3ºC a 2ºC, sendo que em único dia (27/07) o aparelho B3 – Célia ultrapassou 3ºC.

- A diferença de amplitudes entre as casas e os apartamentos parece ser decorrente das características de cada tipologia. A tipologia das casas analisadas se caracteriza por unidades isoladas no lote, de modo que as trocas de calor com o meio externo se dão através das quatro fachadas e da cobertura. Nos apartamentos, as trocas de calor se dão apenas por meio de duas fachadas, exceto nos apartamentos de cobertura, que possuem uma terceira superfície exposta.

- As amplitudes registradas pelos aparelhos locados nas casas apresentaram uma variação proporcional entre si, com o aparelho H7 – Elza apresentando, na maior parte da monitoração, a maior amplitude, seguido do aparelho H6 – Luiz. O aparelho H9 – Maria foi sempre o que apresentou menor amplitude com exceção do dia 25/07.


 

Gráf. 25: Amplitude térmica dos apartamentos

 

- As amplitudes registradas pelos aparelhos locados nos apartamentos não mantiveram uma variação proporcional entre si e não apresentaram uma correspondência direta com as oscilações da amplitude da temperatura externa. Nenhum aparelho permaneceu durante todo o período de monitoração com as amplitudes mais altas ou mais baixas que os demais aparelhos. Na maior parte do período, o aparelho que apresentou maiores amplitudes foi o B3 – Célia seguido pelo H2 – Soni. Os aparelhos B2 – Dalila e H1 – Célia foram os que apresentaram as menores amplitudes médias.

- O aparelho com maior amplitude e o aparelho com menor amplitude estavam locados na mesma unidade habitacional (Célia).

 

ü Gráficos que relacionam temperatura e horas de desconforto

- Foi adotado, como limite mínimo de conforto, a temperatura de 18ºC, de acordo com a zona de conforto estabelecida no programa Analysis. Para fins desta análise, este limite de temperatura foi considerado para qualquer valor de umidade relativa do ar.

- A temperatura externa apresentou valores de desconforto pelo frio bem superiores aos das unidades habitacionais, tanto na quantidade de horas de desconforto (56,25%), quanto na intensidade média de desconforto (1,81ºC), tendo alcançado 293,57ºC x horas de desconforto.

 

 

Gráf. 26: Número de horas de desconforto

 


- Entre os aparelhos das unidades habitacionais, os dois que apresentaram os maiores valores de ºC x horas desconforto foram os localizados na residência da Sra. Elza (H7 e H8), tendo alcançado 82,48ºC x h e 96,88ºC x h, respectivamente. O aparelho H7 apresentou maior intensidade média de desconforto (1,25ºC), seguido pelo aparelho H8 (1,11ºC). Quanto à quantidade de horas de desconforto, foi o aparelho H8 que atingiu o maior valor (30,21%), seguido pelo aparelho H5 – Ronei (23,61%) e pelo H7 (22,92%). Observa-se que os valores da quantidade de horas e intensidade média de desconforto pelo frio foram baixos, bem inferiores aos verificados nas monitorações de verão, em relação ao desconforto pelo calor.

 


Gráf. 27: Graus (ºC) x horas de desconforto

 
 

Gráf. 28: Média do desconforto = (ºC x horas de desconforto)/horas de desconforto)

 

 

- Dos 18 aparelhos locados nas unidades habitacionais, 13 não ultrapassaram 8% de horas de desconforto pelo frio, 9 deles locados em apartamentos e 4 em casas. Dentre estes aparelhos, 5 apresentaram 100% das horas monitoradas dentro da zona de conforto, todos eles locados em apartamentos. Este fato parece confirmar a tendência já verificada no verão dos apartamentos apresentarem maior dificuldade de perder calor do que as casas.