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Políticas

Panorama

 

ENTREVISTAS:

CHICO MENDES

 

REURBANIZAÇÃO

 

         Para poder analisar o que as pessoas que moram nesta comunidade estão pensando sobre as modificações que se realizam neste momento no local, foram realizadas algumas entrevistas onde procurou-se conversar com famílias que vão ter suas casas retiradas da situação de risco e também com famílias que devido ao bom estado de suas edificações que não oferecem problemas a ninguém permanecerão onde estão.

         Uma das lideranças o sr. Antônio acompanhou e indicou quais seriam estas famílias marcando um encontro para a realização das entrevistas.

         Na primeira casa, que se encontra em um local bastante perigoso por se tratar de uma encosta,  fomos recebidos pela D.Cerly e seu marido que prontamente  responderam nossas questões sobre suas expectativas com relação ao novo lar.

Segundo eles, que são procedentes da cidade de Lages, e residem aqui há sete anos, mesmo morando nas condições em que se encontram a situação está bem melhor do que antes porque os meios para se obter dinheiro são muito mais variados, sendo que as oportunidades de trabalho da sua cidade de origem são bastante reduzidas. D. Cerly trabalha na frente de trabalho da comunidade onde destaca a importância da preservação do meio ambiente já que muitas das pessoas que moram ali acabam, alguns por não ter conhecimento ou outros até mesmo por  querer,  prejudicando suas condições de saúde jogando lixos e restos de materiais que poderiam ser reciclados, em locais inadequados.

Com relação a nova situação habitacional que vão vivenciar, diz não se importar com o fato de morar em apartamento mesmo porque já vivem atualmente “colados” em seus vizinhos o que significa que a vida em condomínio na sua visão não terá muitas novidades a não ser o próprio apartamento, que oferecerá novas condições de higiene e segurança. Quando questionada sobre o trabalho de consulta e divulgação de como ficaria a comunidade com as novas modificações, realizado pela prefeitura, disseram que estavam bastante contente com a preocupação dos técnicos que foram de casa em casa para cadastrar todas as famílias e detectar problemas.

Para eles o grande ponto negativo de morar no Chico Mendes é  com relação as drogas pois os traficantes são muitos e isto os deixa bastante inseguros por causa de seus netos, já que as crianças são muito utilizadas por esses marginais. No entanto reforçam que o grande ponto positivo é sem dúvidas a localização da comunidade, pois se encontra num local onde o entorno está se desenvolvendo bastante e com isto aumentam as chances de trabalho e melhora o abastecimento de suas necessidades básicas.

 

 

ENTREVISTAS:

NOSSA SENHORA DA GLÓRIA

 

         Outra casa que será derrubada não por estar em local perigoso mais sim por ser a própria casa um perigo para seus moradores, é a do seu José Pontes que veio de Campos Novos. Na noite anterior a esta entrevista algumas madeiras do telhado  haviam caído sobre seu filho pequeno, por isso ele ao nos ver pediu ajuda para que uma pequena casa pudesse ser construída até que seu novo lar ficasse pronto, pois sua casa está literalmente caindo sobre eles, e como seu José já é uma pessoa idosa, não tem mais condições de construir sozinho outro lugar.

         Sua maior reclamação é porque a prefeitura ainda não o ajudou, já que o novo projeto para onde ele e sua família serão removidos vai demorar um pouco para ficar pronto e até lá seu José  reza para que a casa não caia sobre eles.

 

 

ENTREVISTAS:

NOVO HORIZONTE

 

         O projeto que já está em andamento na comunidade Chico Mendes poderia também ser efetuado no Novo Horizonte, no entanto, seus moradores e lideranças não concordaram com as modificações propostas, a prefeitura então recebeu uma contraproposta e várias reuniões foram realizadas até que se chegassem a um acordo onde  ambos ficassem satisfeitos.

         A primeira família entrevistada foi a da D. Hortência, eles são oriundos da cidade de Lages e estão morando nesta comunidade há 25 anos, no momento sua casa está a venda porque eles já conseguiram cumprir seus objetivos que eram primeiramente ter uma casa própria e fazer uma poupança para depois poder voltar para sua cidade.

D. Hortência é catadora de papel e disse que morre de saudade de Lages porque gosta muito do frio e pretende vender logo a casa aqui para comprar um sitiozinho lá e criar galinhas, vacas como ela fazia antes. Ela disse também que aqui é muito bom para fazer dinheiro, o que na sua cidade não era possível. 

Como pretendem logo ir embora não têm a menor preocupação com as modificações que vão se realizar no local, disseram que a única preocupação é se resolverem  alargar a rua o que necessitaria da derrubada da casa então a indenização que viria poderia não ser a mesma quantidade que ganhariam vendendo a casa para outra pessoa.

 

 

ENTREVISTAS:

NOVO HORIZONTE

 

Uma casa com uma fachada bastante diferente das demais nos chamou a atenção, pois demostrava a preocupação de seu dono com o ambiente em que mora se apropriando verdadeiramente do local, o que muitas vezes não acontece nestes lugares, portanto resolvemos entrevistar seus moradores.

 Encontramos somente a dona da casa  D. Márcia que no início não demostrou muita vontade de dar entrevista, mas aos poucos foi nos passando as informações que queríamos.

Ela é natural de Campos Novos e ao contrário de todas as demais pessoas entrevistadas não veio morar aqui exclusivamente por causa de novas oportunidades e dinheiro, mas sim por problemas graves de saúde, ela tem uma deficiência cardíaca a qual precisa submeter-se a tratamentos e futuramente até a uma cirurgia, e como precisava viajar para a capital sempre resolveu mudar-se para cá. Seu marido é pedreiro e a idéia da fachada foi dele, que segundo ela vive modificando e tentando melhorar a casa.

Com relação as propostas de melhoria para a comunidade ela confessa estar totalmente por fora porque além do hospital ela só sai para ir para a igreja. Mas diz que se for para melhorar as modificações serão sempre benvindas. Sua maior preocupação é com relação aos traficantes de droga que se utilizam das crianças para transportarem a droga dentro dos colégios e dentro das comunidades.

 

 

ENTREVISTAS:

 

VIA EXPRESSA – ATUALMENTE NOS BARRACÕES AO LADO DO BIG SHOPPING

 

ERRADICAÇÃO

 

         Agora vamos conversar com as pessoas que apesar de se localizarem bem próximas da onde está acontecendo a reurbanização sem deslocamentos muito bruscos, vão sofrer este tipo de resposta. A princípio elas já passaram por um primeiro deslocamento quando foram retiradas da Via Expressa e colocadas em barracões provisórios até que um conjunto habitacional fosse construído no Abraão através da COHAB. Só que este provisório acabou se tornando demorado pois três anos já se passaram e somente  devido as pressões para que eles se retirassem dos donos dos terrenos onde eles estão  é que construíram o novo conjunto.        

         Na  primeira unidade que chegamos conversamos com casal que veio do Rio Grande do Sul, eles ficaram em barracos.